Por causa da confusão que se faz em torno deste tema, muitos nutrem verdadeira ojeriza a ele. A palavra "doutrina" tornou-se sinônimo de opressão, legalismo, regulamentos. Precisamos resgatar seu sentido original.
O apóstolo Paulo advertiu a Timóteo que “haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas” ( 2 Tm.4:3-4 ). São estes acerca dos quais “o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” ( 1 Tm.4:1 ).
A preocupação de Paulo deveria ser a nossa preocupação hoje, pois momentos de transição como o que estamos vivendo são sempre propícios à “enxurradas” de falsas doutrinas, como já temos visto em alguns círculos. E para combatermos às falsas doutrinas, não há alternativa senão apresentar a verdadeira doutrina de Cristo.
De nada adianta nos omitir, evitando o assunto. Ensinar a Sã Doutrina deve ser atividade prioritária daqueles a quem Deus confiou o Seu rebanho.
Despedindo-se da igreja em Éfeso, Paulo reuniu os seus bispos e declarou: “Mas em nada tenho a minha vida preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. Agora, na verdade, sei que nenhum de vós, entre os quais passei pregando o reino de Deus, jamais tornará a ver o meu rosto. Portanto, hoje vos declaro que estou inocente do sangue de todos. Pois nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.” Até aqui, Paulo prestava um breve relatório daquilo que ele havia procurado realizar entre os efésios, e se declara “inocente”, isto é, sua consciência estava tranqüila quanto ao cumprimento do seu dever. Quantos pastores, ao deixar o púlpito de sua igreja, experimentam esta sensação de “missão cumprida”? Será que tem-se pregado “todo o conselho de Deus”? Ou será que tem-se evitado alguma doutrina que parece não atender aos interesses de alguns ministérios ?
Será que a igreja deste começo de milênio tem mais pregadores dos Conselhos de Deus, ou pregadores de fábulas? Repare bem no conselho que Paulo deixa para aqueles bispos efésios:
“Olhai por vós, e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão o rebanho. E que dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas para atrair os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos não cessei noite e dia de admoestar com lágrimas a cada um de vós. Agora, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre os que são santificados.”
ATOS 20:24-32 .
Estes lobos cruéis já há muito se infiltraram na igreja. São homens que tudo quanto fazem tem como objetivo atrair as pessoas para si mesmos, e não para Cristo.
Mateus encerra sua narração acerca da vida terrena de Cristo da se-guinte forma: “Chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide e fazei discípulo de todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas coisas que eu vos tenho mandado. E cer-tamente estou convosco todos os dias, até a consumação do século.” (Mt. 28:18-20).
A ordem de Cristo é ensinar. Não basta pregar, curar, falar em línguas, batizar. É preciso ensinar!
Se negligenciarmos isso, seremos fortes candidatos a sermos “levados ao redor por todo vento de doutrina”( Ef.4:14 ).
Hoje, a igreja parece mais preo-cupada em “buscar poder”, isto é, buscar as manifestações dos dons espirituais. Se queremos de fato ser poderosos, não podemos dispensar a doutrina de Cristo. Paulo diz que o bispo ( e por que não o cristão comum? ) “deve reter firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso...” (Tt. 1:9a).
Muito do que se tem ensinado ao povo de Deus está completamente fora dos ensinos escriturísticos e do padrão da sã doutrina.
Até revelações extrabíblicas têm surgido no seio da igreja. Note como Paulo adverte aos Coríntios acerca disso:
“Ora, irmãos, apliquei estas coisas figuradamente a mim e a Apolo, por amor de vós, para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro.”
I CORÍNTIOS 4:6 .
Eis o que as igrejas precisam aprender urgentemente: Não ir além do que está escrito!
Alguns ensinos são antibíblicos, e esses são facilmente reconhecidos. Mas tudo o que é extrabíblico é mais fácil de ser aceito no arraial evangélico. Antibíblico é todo ensino que opõe-se explicitamente à doutrina cristã. Extra-bíblico é aquele ensino que, aparentemente não encontra nada que lhe possa opor-se dentro das Sagradas Escrituras. Não há nada contra, mas também não há nada a favor. Este tipo de ensino é mais perigoso, pois adentra sorrateiramente em nosso meio.
Boa parte daquilo que se ensina em alguns círculos evangélicos é fruto das tradições her-dadas do catolicismo, e do sincretismo popular. Não são poucas as pessoas que se convertem ao cristianismo, mas trazem consigo costumes e elementos da sua antiga religião. Essas pessoas precisam ser ensinadas com amor para que deixem suas tradições e abracem o Evangelho em toda a sua pureza.
Só seremos considerados bons ministros se tomarmos o exemplo de Paulo, desmascarando os falsos mestres e denunciando suas falsas doutrinas. Paulo diz a Timóteo: “Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas...Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação... Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá” (1 Tm.4:6-7a,9,13).
Veja que Paulo enfatiza que a Palavra é digna de toda aceitação.
É preocupante ver alguns líderes que acham que devem escolher aquilo que o povo deve ou está preparado pra saber. Para eles, há mensagens que, embora corretas e inspiradas, não são convenientes. Será que esses homens podem dizer o que Paulo falou em sua despedida dos efésios (At.20:24-32)?
Será que há alguma doutrina nas Escrituras que Deus não queira que seja ensinada. Então, por que está lá? Qual a sua utilidade?
Paulo afirma que “tudo o que outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança” (Rm. 15:4).
Só seremos bons ministros quando usarmos de ousadia e ensinarmos a Sua doutrina.
Somente assim, sendo fiéis à nossa vocação, seremos considerados “como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus” ( 1 Co.4:1-2 ).
Estes mistérios de Deus são revelados a igreja através dos ministros, tomando um corpo sistematizado, a que chamamos de doutrina.
Doutrina, entretanto, não diz respeito a um código de conduta, ou regras estabelecidas para refrear e estreitar a liberdade.
A palavra “doutrina” é traduzida do grego didaquê que quer dizer ensino, instrução. Podemos definir doutrina como sendo o conjunto das verdades fundamentais da Bíblia. Por exemplo: arrependimento, ressurreição, justifica-ção pela fé, salvação pela graça, são doutrinas cristãs autênticas. Já a reencarnação, a salvação pelas obras, o karma, são doutrinas advindas do espiritismo.
Esperamos que estes estudos venham elucidar muitas questões, denunciando o erro e apresentando a eterna doutrina de Cristo.
Que o apelo de Deus possa sensibilizar a todos os que O amam:
“Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei, e a terra ouça as palavras da minha boca. goteje a minha doutrina como a chuva, destile o meu dito como o orvalho, como chuvisco sobre a erva, e como gotas de água sobre a relva.”
DEUTERONÔMIO 32:1,2 .
Que cada capítulo deste estudo possa ser uma gota desta doutrina maravilhosa.
Amém.
quinta-feira, dezembro 28, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Amém Amém Irmão, Que se levante os que vão impactar esta geração...Aleluias ao nosso Rei Jesus.
Ricardo Santana
_)_
Postar um comentário