“Firmes são os teus estatutos; a santidade adorna a tua casa, ó Senhor, para sempre.” Salmos 93:5.
2) A Santidade de Deus
a) Sua Natureza. A palavra “santo” quer dizer literalmente “separado” Portanto, quando falamos acerca da santidade de Deus, queremos apontar para a Sua posição em relação à Sua criação.
Embora seja o Autor de toda a criação, Deus não está misturado a ela. Ele é santo; o que significa que Deus é absolutamente distinto de todas as criaturas, sendo exaltado acima de todas elas com indiscritível majestade e glória.
Neste sentido, a santidade de Deus não seria exatamente um atributo moral, tal como o amor, a compaixão, a bondade. Entretanto, Sua santidade pode ser percebida em cada um dos Seus atributos. Ele é santo em tudo o que faz. Suas obras maravilhosas apontam para a majestade de Sua santidade.
Moisés exclama em seu cântico: “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?” (Êx. 15:11).
Veja o testemunho dado por Deus acerca da Sua santidade:
“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é SANTO: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.”
ISAÍAS 57:15.
Ao homem mortal cabe reverenciar o Altíssimo, e reconhecer que Sua santidade está fora do alcance da razão humana. Diante de tanta majestade, sentimos a nossa pe-quenez e insignificância.
Há também na santidade de Deus um aspecto ético que diz respeito à nossa relação com Ele. É claro que este aspecto ético está diretamente ligado à Majestade Divina.
O fato de Deus ser moral-mente Santo é a razão pela qual Ele não pode relacionar-Se com o mal. Devido à Sua santidade, Deus não exerce qualquer tipo de comunhão com o pecado.
“Longe de Deus o praticar a impiedade, e do Todo-Poderoso o cometer a iniquidade!”, exclama Eliú (Jó 34:10).
Habacuque declara em oração:
“Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal, e a opressão não podes contemplar.”
HABACUQUE 1:13.
A palavra “santidade” também se refere à pureza moral de Deus.
A santidade moral de Deus não se limita ao aspecto negativo, isto é, à separação do pecado. Ela também possui um sentido positivo que é a excelência moral ou perfeição ética.
Quando nos vemos diante da santidade divina, podemos sentir nossa “profanidade”, e sentir-nos indignos de aproximar-nos d'Ele.
Tal sentimento deveria nos estimular a viver de forma agradável a Deus, a fim de, uma vez conformados à Sua santidade, pudéssemos ser recebidos por Ele.
Podemos definir a santidade moral de Deus como o atributo pelo qual Ele manterá Sua excelência moral, aborrecendo o pecado e exigindo pureza de Suas criaturas morais.
Deus jamais poderia manter qualquer tipo de relação com seres que não atendessem às expectativas de Sua santidade.
A Palavra é clara ao afirmar que “sem a santificação ninguém verá o Senhor” (Hb.12:14).
O próprio Deus nos exorta: “Sede santos, porque eu sou santo” (I Pe.1:16).
b) Sua Manifestação. A santidade de Deus nos é revelada na Lei Moral de Deus expressa, principalmente, nos Dez Mandamentos. Cada um dos Seus mandamentos expressa vigorosamente a santidade devida a Deus.
Após Deus ter entregue ao povo as tábuas contendo o Decálogo, todo o povo de Israel disse: “O Senhor nosso Deus nos fez ver a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo. Hoje vimos que Deus fala com o homem, e que este permanece vivo” (Dt.5:24).
A perfeição moral de Deus pode ser contemplada na Lei como que por um espelho. Ela tanto nos reflete a santidade de Deus, como denuncia a nossa total incapacidade em cumpri-la à parte da graça de Deus. Esta mesma Lei Moral é implantada no coração do homem pelo Espírito Santo, na ocasião em que se converte. Foi Deus quem fez a promessa :
“Porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.”
HEBREUS 8:10b.
Através do Espírito Santo, Deus não apenas nos revela a Sua santidade, como também nos dá condições de atender às exigências impostas por ela. Por meio desta extraordinária operação espiritual, “a justiça da lei se cumpre em nós” (Rm.8:4).
Além disso, a santidade de Deus expressa na Lei é declarada pela consciência humana.
Paulo escreve aos Romanos:
“Quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei. Eles mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os.”
ROMANOS 2:14-15.
Porém, a mais elevada manifestação da santidade de Deus nos foi dada em Jesus Cristo.
Como homem, Ele atingiu o mais alto grau de santidade, cumprindo toda a Lei, e demonstrando total perfeição em Seu caráter. Jesus pôde demonstrar ao homem tudo o que Deus esperava dele para que pudesse com ele relacionar-Se.
Por último, a santidade de Deus é-nos revelada pela igreja, o Corpo de Cristo. Paulo diz que “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar” (Ef.5:25-26).
A igreja, portanto, tem o compromisso de refletir a santidade de Deus ao mundo, vivendo de forma pia, justa e irrepreensível.
Paulo diz que devemos ser “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo” (Fp.2:15).
Através do contraste entre a igreja e o mundo, a santidade produzida por Deus em Seu povo é realçada.
Somos uma geração eleita no meio de uma geração perversa. Pedro declara:
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a NAÇÃO SANTA, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
I PEDRO 2:9.
Que através de nós, a majestade do nosso Santo Deus possa ser percebida, mesmo por aqueles que jazem nas trevas da ignorância.
sexta-feira, maio 02, 2008
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